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    Cinema: 1945

    O drama húngaro “1945” chega aos cinemas trazendo consequências da segunda guerra mundial para um vilarejo na Hungria e mostrando que o conflito não é só externo, ele continua, sobretudo nas mentes e nos corações das pessoas.

    A chegada inesperada de dois judeus faz o vilarejo ficar agitado
    Quando um judeu ortodoxo e seu filho retornam a um vilarejo na Hungria, os habitantes ficam cheios de remorso, culpa, dor na consciência e, talvez mais do que todas as coisas, assustados com o que pode acontecer a partir dessa chegada, já que vários deles tem bens adquiridos ilegalmente (com o deporto dos judeus) e existe a possibilidade de os dois homens misteriosos serem os herdeiros que vieram recuperar suas posses. O tabelião, uma das principais figuras da cidade, tem inúmeros motivos para ser um dos mais preocupados com a situação, que ocorre justamente quando seu filho decide se casar.

    O longa-metragem foi baseado no conto “Hazatérés” (“Homecoming”, 2014), escrito por Gábor T. Szántó, que também assina o roteiro da adaptação junto com o diretor Ferenc Török (Praça Moscou, 2001). O filme tem como uma de suas principais características possuir pouco diálogo mas personagens bem construídos, interpretados por um elenco muito talentoso que inclui Péter Rudolf, ganhador do Prêmio de Melhor Ator no Hungarian Film Awards (o “Oscar Húngaro”) por sua interpretação de István Szentes, o tabelião da cidade. E já que estou falando de atuação, que maravilha foi ver os judeus em cena. Pai e filho, que praticamente não tem diálogo, conseguem transmitir a emoção através de seus olhares, movimentos e expressões, passando com esses recursos toda a carga dramática que esses personagens exigem.

    Péter Rudolf ganhou o Prêmio de Melhor Ator no Hungarian Film Awards por seu papel em 1945
    O filme foi produzido em Preto e Branco (belíssimo) e a escolha não poderia ter sido melhor, além de transportar o público para aquela época, ajuda muito a tornar o drama ainda mais intenso. Elemér Ragályi, diretor de fotografia, foi chamado para trabalhar no filme porque além de seu talento, vivenciou muito do que se vê no filme quando tinha cinco anos de idade, tendo também morado em um pequeno vilarejo, o que explica o motivo do ambiente no filme ser tão rico em detalhes.

    Além do prêmio de Melhor Ator já citado, “1945” também foi o vencedor no Hungarian Film Awards do Prêmio de Melhor Trilha Sonora para Tibor Szemzö. Na mostra Panorama do Festival de Berlim 2017 recebeu o Prêmio do Público e (sim, ainda tem mais) levou também o Prêmio Yad Vashem no Festival de Jerusalém. Quantos prêmios, hein? Todos merecedíssimos! E independente de tantos prêmios, o filme é maravilhoso e tem diversos momentos tocantes. Para quem está um pouco familiarizado com a cultura judaica, há uma cena cheia de significado que provavelmente emocionará bastante.

    Fica mais do que recomendado! Para quem quer ver um ponto de vista pouco abordado das consequências da segunda guerra, esse filme é essencial. 5 de abril nos cinemas.

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