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    Resenha: Com Amor, Van Gogh

    Uma produção ousada sobre a vida de um dos maiores artistas que já viveram nesse planeta! O longa-metragem animado “Com Amor, Van Gogh” foi inteiramente pintado à mão por mais de 100 artistas inspirados pelas obras do mestre Vincent Van Gogh e só isso já seria razão suficiente para estar em sua lista de filmes que precisam ser vistos, mas há muito mais para se falar sobre ele.


    O título original dessa obra de arte animada é “Loving Vincent”. Penso que pelo fato do artista ser mais conhecido mundialmente por seu sobrenome, acharam melhor substituir o “Vincent” por “Van Gogh” aqui no Brasil. O filme traz Armand Roulin como protagonista da história. “Como assim, Tom? O protagonista não é o Van Gogh??” Calma, eu explico… Armand é filho de Joseph Roulin, o carteiro que acabou se tornando amigo de Van Gogh ao passar a vida levando as cartas do pintor para seu irmão, Theo. Após a morte do pintor, uma última carta destinada ao irmão Theo não foi entregue e Joseph pede que seu filho realize essa tarefa, pela consideração e carinho que tem pela família.

    Não é muito feliz que Armand segue com os planos do pai, na verdade ele vai totalmente contra a sua vontade, mas o que começou como uma tarefa a ser cumprida por obrigação, acaba instigando sua curiosidade, pois ele acaba percebendo que a morte de Vincent parece uma história mal contada. O filho do carteiro começa então uma investigação, tentando descobrir através de pessoas que conviviam com o artista o que realmente aconteceu e qual foi o motivo de sua morte. Père Tanguy e Paul Gachet são apenas dois dos importantes nomes presentes no filme e que vão contribuindo para que a história avance.


    Ao contrário de algumas biografias que acabam se tornando cansativas, Dorota Kobiela e Hugh Welchman apresentam em “Com Amor, Van Gogh” um filme investigativo, que vai despertando a curiosidade do público à medida que a história avança, fazendo com que o próprio protagonista mude sua forma de encarar sua jornada a cada nova descoberta. Dorota e Hugh não só dirigiram o longa, mas também são responsáveis pelo roteiro e pela produção. Dorota, que também é uma artista, havia pensado no projeto como um curta anos atrás, inclusive ela começou a trabalhar nisso, mas acabou percebendo que levaria 80 anos para terminar sozinha…

    Todas as cenas dessa animação são um espetáculo visual, e pensar que cada uma delas é uma pintura à óleo deixa qualquer um boquiaberto. Alguns efeitos, como o reflexo de Vincent se deformando na água de uma tina, a iluminação das velas e da lua e tantos outros fazem com que sutilezas se tornem algo deslumbrante. As expressões dos personagens são de uma sutileza ímpar, quando recebem alguma informação que não gostam ou que mexe com suas emoções, isso fica nítido sem que precisem dizer uma palavra. Isso é resultado do trabalho dos pintores e dos atores, pois apesar de ser uma animação, as pinturas foram inspiradas diretamente pela interpretação de um elenco muito competente, incluindo Douglas Booth, Chris O’Dowd, John Sessions e Eleanor Tomlinson.


    A conturbada relação de Van Gogh com Paul Gauguin, embora citada nessa história não tem tanta ênfase, mas se você quer ver um filme que aborda de uma maneira mais profunda essa fase da vida do pintor, recomendo o ótimo “Sede de Viver” (1956), que rendeu ao ator Kirk Douglas o Prêmio Globo de Ouro de Melhor Ator em Filme Dramático por sua interpretação de Vincent Van Gogh, enquanto Anthony Quinn levou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu Paul Gauguin.

    “Com Amor, Van Gogh” é um filme emocionante, ver o que o artista deixou escrito em suas cartas certamente levará os mais sensíveis às lágrimas. O filme é um dos indicados para o Oscar de Melhor Filme de Animação, e devo admitir que, embora ame os filmes da Pixar, na minha opinião quem merece levar esse ano é o Van Gogh, pois um filme desses é um marco na história da animação.  Boa notícia para você que ainda não viu, a A2 Filmes foi rápida e já disponibilizou essa maravilha para locação, tanto em DVD quanto nas plataformas digitais. Finalizo essa resenha como esse artista genial finalizaria uma de suas cartas: “Com amor, Tom”.

    Tom Dutra

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