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    Resenha: A Vida de Uma Mulher

    Já começo avisando, se você gosta de filmes que te levam para ver o lado bom da vida e que te fazem sair do cinema com vontade de sair pela rua cantando uma bela canção, esse filme definitivamente não é para você. Agora, se você gosta de um bom drama, mesmo que ele te deixe sufocado e angustiado às vezes, pode conferir A Vida de Uma Mulher, que estreou ontem (13/07) nos cinemas.

    O filme é sobre Jeanne (Judith Chemla). Uma jovem mulher, ingênua, que após terminar seus estudos em um convento, volta para casa cheia de sonhos, e entre eles, o clássico de se casar e ser feliz com sua família (clássico pelo menos para a época, o ano é 1819 e o local é a Normandia). Assim, ela se casa com Julien de Lamare (Swann Arlaud), um nobre que após o casamento se mostra muito diferente do rapaz por quem a moça se apaixonou, sendo insensível, avarento e infiel. Conforme a realidade se mostra cada vez mais dura, os sonhos de Jeanne pouco a pouco vão desaparecendo, e nós vamos acompanhando esse processo ao longo do filme.

    Muito bem, falemos sobre Jeanne, a sonhadora criatura que vê suas ilusões escapando como areia pelos seus dedos, e a cada decepção, as brechas entre eles vão se abrindo cada vez mais, até que ela se vê desesperada rastejando pelo chão, tentando salvar alguns grãos. Confesso que meus sentimentos sobre essa protagonista ficaram bem divididos. Por uma parte, sentia pena, torcia por ela, por sua felicidade e por seus sonhos. Por outra, sentia raiva, muita raiva. De sua submissão, de suas atitudes (ou da falta delas, dependendo do caso). Até que ponto uma pessoa pode, ou deve, permitir que sua felicidade (e sua vida) dependa de outros? Será que às vezes somos como Jeanne? Esse filme pode te ajudar a pensar sobre isso! Temos diversos personagens interessantes na história além da protagonista, porém, ao falar sobre eles posso revelar fatos que não quero, então, só digo a vocês que cada um tem participação fundamental na trama, que é cheia de segredos, traições, falsas aparências e sonhos despedaçados.

    Jeanne, a sonhadora criatura cuja vida não será um mar de rosas...

    Há muita angústia no filme, e percebemos isso através da respiração da personagem, que ganhou vida através da atriz Judith Chemla com uma atuação excelente. Há muitas cenas em que Judith nos mostra só com a respiração o que Jeanne está sentindo de verdade, e ao perceber o quanto a respiração dela pede por um gesto de altruísmo, por alguma atitude e por um socorro que não vem, nós ficamos angustiados também. Agora, apesar do trabalho da atriz estar impecável, me incomodou um pouco a maquiagem... Percebemos o tempo passando através da atuação de Judith, mas se tantos anos se foram durante a trama (27 para ser exato), acredito que a mudança na aparência de Jeanne deveria ter sido mais visível... 

    O filme foi dirigido por Stéphane Brizé (Uma Primavera com Minha Mãe; O Valor de um Homem) que escolheu uma maneira interessante de contar a história. O filme é uma adaptação do livro “Uma Vida” do escritor francês Guy de Maupassant, mas fugindo da estrutura do romance original, o diretor escolheu contar a história indo e voltando no tempo, através de flashbacks e flashforwards. Isso me confundiu um pouco no início e me perguntei se era realmente necessário, mas ao longo do filme percebi que era sim, pois sem esse recurso se tornaria muito cansativo, já que é uma produção consideravelmente longa, com quase duas horas de duração.

    Nem tudo é o que parece ser, e o Visconde Julien é a prova disso.

    É isso aí, gente! Recomendo A Vida de Uma Mulher! O principal motivo não é o fato do filme ter sido o vencedor do Prêmio dos Críticos em Veneza 2016 (apesar desse ser um ótimo motivo!), mas sim o fato de que ainda que a história seja em uma época e contexto totalmente diferentes, fica fácil nos colocarmos no lugar da protagonista e entender a sua vida, e quem sabe até refletir sobre a nossa através da dela!

    Confira o trailer:



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