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    Crítica: Bergman - 100 Anos

    Olá, gente amiga! Está em cartaz nos cinemas o filme "Bergman - 100 anos", documentário dirigido por Jane Magnusson sobre um dos maiores nomes na história do cinema! Meu amigão Angelo Cordeiro foi conferir e compartilhou com a gente o que achou, leia abaixo a sua crítica!


    O ano de 2018 marca o centenário de Ingmar Bergman, diretor sueco que sempre figura entre os melhores de todos os tempos nas listas de dez entre dez críticos.

    E não há como duvidar disso ao conhecer sua exímia carreira. Bergman é, até hoje, o único diretor a receber a Palma das Palmas do Festival de Cannes, no ano 1997. Além de ter vencido por três vezes a categoria de filme estrangeiro no Oscar, mas a diretora Jane Magnusson acredita que o ano de 1957 é ainda mais significativo para a carreira de Bergman.

    Sem poder reservar tempo para a família, seus filhos e seus problemas de saúde, estando envolvido em lançamentos, filmagens e produção de diversos filmes (entre eles O Sétimo Selo e Morangos Silvestres), além de peças teatrais e produções para a TV, Bergman fez de 57 - mesmo sem notar - seu ano mais prolífico, e o documentário Bergman - 100 Anos, que originalmente recebe o título Bergman: A Year in a Life, toma como ponto de partida exatamente tal ano.

    Graças ao grande acervo de entrevistas, imagens de arquivo e pesquisas feitas por Magnusson, a carreira e a vida pessoal de Bergman são examinadas com minúcia. Conhecemos desde momentos particulares de sua infância traumática, a relação conflituosa com o irmão Dag (em uma entrevista inédita), seus romances sempre breves com colegas de trabalho, até seu comportamento agressivo no final da carreira, resultando em um documentário com muita informação para deixar qualquer fã de cinema babando de vontade de conhecer sua filmografia.


    Bergman sempre foi visto como uma figura imponente, manipuladora e genial. E todo este mito é realçado pelo documentário de Magnusson com ajuda de diversas personas (desculpe o trocadilho) que trabalharam com Bergman, entre elas a atriz Liv Ullmann. Porém, a ausência de Max von Sydow, talvez o ator mais marcante da carreira de Bergman, faz falta.

    O bacana do documentário é ver como Magnusson apresenta fatos contundentes sobre os motivos de Bergman ser tão genial. Claro, há um grande risco nessa abordagem, já que é complicado tentar dar motivos às questões de uma mente como a de Bergman, porém Magnusson defende muito bem suas convicções.

    Há espaço também para uma breve desconstrução do homem por trás do mito, ao abordar sua simpatia com o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, o que mostra que mesmo as mentes mais complexas podem reservar frações de loucura.

    E louco também sempre foi um dos adjetivos atribuídos a Bergman. Porém, é como é dito a certa altura do documentário: se essa mente insana não existisse, provavelmente suas obras também não.
    Bergman - 100 Anos é um tributo digno e com conteúdo a um dos maiores diretores de todos os tempos.

    Angelo Cordeiro

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