Cinema: Olhando Para as Estrelas
Gente, que dica maravilhosa eu tenho pra vocês essa semana! Chegou aos cinemas o documentário brasileiro Olhando Para as Estrelas, dirigido por Alexandre Peralta. Nele conhecemos Geyza Pereira e Thalia Macedo, duas bailarinas que fazem parte da primeira e única escola de ballet para cegos do mundo.
A Associação de Ballet e Artes para cegos Fernanda Bianchini, localizada em São Paulo, é o ponto de partida para esse filme que mostra os desafios e alegrias das bailarinas cegas que encontraram nesse local uma oportunidade de colocar em prática aquilo que tanto amam. Como é falado em determinado momento do filme, sendo a dança uma arte totalmente visual, o desafio para as meninas se torna ainda maior, mas Fernanda Bianchini, idealizadora do projeto e que muito jovem (aos 15 anos) começou o programa de ballet para pessoas cegas, nunca deu ouvidos aos descrentes e pessimistas que encontrou pelo caminho! Acreditou no potencial de cada uma das pessoas que já ensinou até hoje, tornando sua Associação uma referência no mundo inteiro.
Geiza Pereira, uma das primeiras alunas de Fernanda, anos depois se tornou também uma professora de ballet e é uma das protagonistas do documentário junto com Thalia Macedo, uma jovem muito animada que além de bailarina é escritora. Vemos no filme a vida dessas meninas muito além da Associação de Ballet, embora seja esse o foco principal... Aprendemos mais sobre o dia-a-dia dos cegos, como eles se relacionam com os seus parentes, na sala de aula e nos lugares que existem para auxiliar e melhorar sua qualidade de vida (como o Instituto de Cegos Padre Chico e a Fundação Dorina Nowill).
O diretor Alexandre Peralta fez um excelente trabalho, registrando a vida de Geiza e Thalia por bastante tempo. Foram anos de trabalho, o que permitiu que o público conhecesse particularidades muito interessantes, como o noivado e o casamento de Geiza, sua gravidez, o nascimento de seu filho e como ela lida com todas essas transformações em sua vida. Da mesma forma podemos acompanhar o crescimento de Thalia, como ela percebe o mundo ao seu redor, seu relacionamento com a mãe agora que é uma adolescente, entre outras coisas...
De todas as informações que recebemos com esse filme tão rico em detalhes, algo me chama mais a atenção que tudo: Como a sociedade precisa conhecer mais sobre os cegos e o quanto podemos fazer desse mundo um lugar melhor para todos se houver consciência e empatia! Quem acompanha minhas redes sabe que gosto muito de aprender sobre a cultura surda e divulgar o que posso sobre ela, mas pouco sabia sobre a realidade dos cegos em nosso país (e no mundo). Um filme que precisa ser visto e divulgado, difícil não se emocionar (em outras palavras, chorei pra caramba!) ao ver a superação desse maravilhoso grupo de ballet, mostrando que tudo é possível quando se tem amor pelo que faz e muita força de vontade! Mais do que “recomendadíssimo”, como costumo dizer por aqui, nesse caso eu diria “essencial”!
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